Empresário generoso foi multado pelo INSS
Em mais um ‘hoax’, o empresário Silvino Geremia, dono da indústria que leva o sobrenome dele, ressurge das cinzas na Internet. Reclama que foi multado em R$ 26.000,00 pelo INSS por pagar escola para seus funcionários. O ‘desabafo’ – com direito aos esperneios de sempre -, circula em e-mails que repetem matéria de 5 anos atrás (1996) da Revista Exame. Mas isso fica para o final desta postagem.
Em princípio, ele parece correto. Porém, conhecendo o outro lado, seria mais fácil tirar alguma conclusão.
Cito apenas um exemplo: na Chácara Flora, condomínio fechado elegante de São Paulo, há casas enormes e mansões. Uma americana, ex-violista da OSESP (mais de 30 anos atrás - voltou aos EUA depois de ser atropelada por um ônibus na R. da Consolação), casou-se com um alto empresário americano. Ele recebia “meros” USD 10 mil (16 mil reais, hoje), o que é um valor ridículo para executivo ‘top’ de multinacional poderosa.
Porém – ah, porém... - tinha os dois filhos na ‘Graded School’ (escola americana de SP), a USD 2.000 cada um: R$ 6.400,00 -, motorista(s) full-time, empregadas, aluguel (!!!) da mansão, secretária em casa, governanta, seguro médico internacional, manutenção de piscina (enorme), quadra de tênis, segurança, viagens de férias, etc. – tudo por conta da empresa, configurando salário indireto. Isso é muito comum em todos os lugares. (Fora o que ele poderia receber em sua conta corrente na ”matriz”, nos EUA).
Ele pode estar com razão, e quero que esteja, mas, se o benefício era para todos – quer dizer, compulsório – significaria mesmo salário indireto sem imposto, e razão cabe ao INSS. Se era voluntário, não. Quantos trabalhadores quereriam esse benefício espontaneamente? Fica a pergunta. Ou será que alguns pleiteiam o benefício em dinheiro e essa parte ele não conta? (Trabalhador não tem assento na revista Exame...).
Não fica esclarecido nada, coisa alguma. Somente que permaneça o benefício da dúvida quando se ouve apenas um lado. Os dados são muito poucos para qualquer um julgar (e menos ainda 'panfletear'), e cabe à Justiça resolver. Estranha-me que ele se refere ao perigo de trabalhadores que não estudam ‘entrarem na Justiça’ para receber valores correspondentes às mensalidades escolares. Mas ele próprio divulga o caminho das pedras? Que tipo de empresário é? Ou será que esse pleito dos trabalhadores já existe e por isso ele partiu para a ofensiva?
Um ‘hoax’ requentado, a partir do mesmo texto da ‘Exame.com’ de 1996. Igualzinho.
Descornetando, leia o artigo da revista disponibilizado na Internet na época:
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