Teatro Procópio Ferreira |
Quando cheguei em Tatuí, há cinco anos, uma das primeiras coisas que fizemos foi dotar o Teatro Procópio Ferreira de todas as necessidades relativas à segurança: porta de “pânico” do saguão para a rua (acionada por barra horizontal com passagem para muitas pessoas de uma vez), as quatro folhas das duas portas que dão para fora do auditório também dotadas do mesmo sistema, assim como as duas portas laterais, para uso em caso de emergência. Novos extintores, um hidrante de parede com um alarme de incêndio em cada um dos três andares, luzes de emergência, detectores de fumaça, filme explicativo projetado em telão antes dos eventos, tudo realizado em curto espaço de tempo. Houve também treinamento de pessoal para caso de acidentes: um ônibus levou uma caravana de 30 futuros brigadistas de incêndio para um curso com especialistas em Itapevi.
Spot de led |
Claro, estou falando da estúpida, insana e cruel tragédia que fez mais de 230 mortos e acima de uma centena de feridos na aprazível Santa Maria, RS, durante uma balada de jovens na madrugada de domingo, 27 de janeiro. A boate Kiss estava sem alvará, não tinha preparação alguma contra incêndio ou mesmo saídas de emergência e tampouco as autoridades se preocuparam com esse foco de encrencas que são eventos de multidões em recintos fechados. Pior: o isolamento acústico foi feito com material sintético de espuma inflamável (eu nem sou a favor da lã de vidro, prefiro a lã de rocha). Como se não bastasse, o sufocamento que matou essas mais de duas centenas de jovens poderia ter feito menos vítimas se os seguranças, no início do pânico, não tivessem tentado recolher as comandas – leia-se aqui o dinheiro, e entenda-se, cercando a saída do inferno sob ordens ou de “moto proprio”, tentando cobrar as despesas.
Boate Kiss, antes da tragédia |
Mário Vargas Llosa |
Supershow |
Roda Viva, 1968 |
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