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sábado, 21 de abril de 2018

FIGURAS NOTÁVEIS DA NOSSA MÚSICA POPULAR

Nelson, por João Bosco

Meu último artigo terminou com algumas palavras sobre o Nelson Cavaquinho, mas depois lembrei-me de outras histórias dele que não resisto a concluir antes de ir adiante com outros sambistas. Nelson era um cidadão livre, amante da vida, e como tal se preocupava muito com a morte. Certa vez, sonhou que morreria às três da manhã. Preocupado, acordou de súbito, nervoso, suado, e atrasou seu relógio em algumas horas.
Tereza Rachel à frente do seu Teatro
Conheci o Nelson na entrada do enorme prédio em Copacabana que abrigava os teatros Teresa Raquel e o histórico Opinião. Enquanto eu me apresentava no primeiro, em uma peça musical, Nelson fazia um show no segundo. Certa noite, enquanto os músicos bebericavam em um bar interno, após os espetáculos, dei de cara com o Nelson, já inteiramente bêbado, que me fitou e disse bem alto: “vozê deve zer Zesus Gristo. É bra vozê gui eu rezo dodas as noites”, o que me fez rir muito. Naquela época eu usava cabelos longos e barba, daí essa loucura do compositor. Respondi-lhe não era Cristo, e que nós sim, seus admiradores, é que rezávamos para ele (e tínhamos tantas razões...).
A violeira mato-grossense Helena Meirelles, falecida em 2005, cerra junto às fileiras da mais fuleira boemia. Autodidata, desbocada como ela só, foi considerada em 1993 a revelação do ano pela revista americana Guitar Player, uma espécie de “quem é quem” do violão e da guitarra no mundo. Nascida em uma sexta-feira 13 de agosto, Helena cedo entregou-se à gandaia levada por um tio, para desespero de seus pais. Passou a atuar em bordéis e bares Pantanal afora. Com seus dois ex-maridos e vários companheiros teve nada menos do que onze filhos, que se orgulhava de ter parido sozinha. Na farra, quando acabava a bebida mais forte – aguardente ou qualquer coisa “sem espuma”, como dizia – Helena tomava muita cerveja, mas como ‘bebida com espuma’ não a deixava alta, chegava a misturá-la com qualquer coisa, até perfume. Helena dedicou-se exclusivamente ao violão e à viola caipira, e depois de um salto mais ambicioso foi “empresária do amor”, gerenciando bordéis e o baixo meretrício, atividade que no Pantanal era privilégio da exploração masculina.
Moreira, malandro elegante
Já um consagrado malandro carioca, o ex-motorista de ambulância Moreira da Silva, apelidado Kid Morengueira, falecido em 2.000 aos 98 anos, costumava andar aprumado, elegante e de preferência com seu “liforme branco”, como diria Caimmy , chapéu de palha e, complementando, sapatos brancos quando podia. Mas Kid era malandro esperto: só tomava leite e não dormia tarde! E como era criativo: inventou um breque (do inglês, break”, quebra, freio) nas suas músicas para desfilar comentários ritmados cheios de humor e gírias de malandros.
Moreira da Silva, em seu "liforme"
Assim fez naquele samba Olha o Padilha [ouça logo abaixo], em que ele conta que o temido delegado, para pegar playboy vagabundo, enfiava um limão pela cintura da calça do suspeito, e se a fruta não descesse pela barra, calça justa! Entra no camburão, playboy! Conta o breque: “tu é salafra e acharcador / essa macaca a teu lado / é uma mina mais forte / que o Banco do Brasil “/ (...) “e jogou uma melancia pela minha calça (...)/ que engasgou no funil”. Continuando, disse o Padilha “raspe o cabelo desta fera!” / (...) “Eu, hein? Se eu não me desguio a tempo / ele me raspa até as axilas / o hômi é de morte!”  Tudo declamado à maneira de um rap – deixando claro, há bons raps, que não se pretende música, e sim o que diz sua origem, na tradição hip-hop (graffiti, b-boying, MCing e DJing). RAP é Rythym And Poetry, ritmo e poesia, e ponto. Foram tantos ’cantos falados’, na história, antes do rap, dos trovadores medievais aos recitativos das Paixões de Bach, ao Sprechstimme (do alemão, lit., ‘voz falada’), como no Pierrot Lunaire de Schönberg.

Cemitério do Catumbi. Ao fundo, prédios e favela
O Escadinha (morto em 2004), que foi um grande traficante brasileiro, depois de preso surgiu na voz de Jorge Bem, na letra de W Brasil, e bem às claras: “tira essa escada daí / essa escada é pra ficar aqui fora”. O bandido, como não sabia cantar, lançou uma gravação de espécie de rap. Mas Fernanda Abreu apenas não conseguiu cantar o hino de seu time, o Vasco, vendeu como água suas músicas “da lata”, mas não fazia rap. A declamação ritmada de Moreira da Silva era espontânea, e aconteceu décadas antes disso. O sambista morava em um apartamento perto do Cemitério do Catumbi, na Zona Norte do Rio, vizinho da dona Maria de Lourdes, velha companheira de uma vida, cujo jazigo Silva visitava frequentemente.
Piratininga, barzinho da moda na Vila
Pra não dizer que só falei de cariocas, a noite paulistana foi berço de incontáveis acontecimentos e momentos inesquecíveis, alguns glamourosos. Basta lembrar que na boate Telecoteco, no Bixiga, surgiram artistas como Simone, Benito di Paula, Célia e muitos outros. Hoje, os barzinhos da Vila Madalena – o Greenwich Village paulistano - já abrem espaço para outras linguagens da classe média mais sofisticada. Não há como não curtir esse ‘charme discreto da burguesia’ – parafraseando o título de um filme (1972) do genial cineasta Luís Buñuel.
A divina Dalva e Herivelto
Finalizando, existe coisa mais romântica do que a apaixonada declaração de amor que Herivelto Martins, autor da célebre Praça Onze, fez para sua musa Dalva de Oliveira, em uma boate do Bixiga, ao beber de joelhos champanhe no sapatinho salto 6 dela? Esse contraste, esse quadro que alternei entre o Bixiga de ontem e a Vila Madalena de hoje e agora acabo de retomar do passado, traduz a riqueza de nossa MPB através dos tempos. Que, além, de rica, é multifacetada e cheia de histórias e estórias.

sábado, 14 de abril de 2018

A VOLTA DO BOÊMIO

Roda-viva

Lembro-me dos primeiros versos de uma música do Adelino Moreira cujo título acima tomei emprestado: “boemia, aqui me tens de regresso”. Ao assunto: quando famoso, o músico popular é vítima da sanha impiedosa de seus fãs, de que é exemplo aquela matilha ensandecida a devorá-lo, retratada por Chico Buarque na peça Roda Viva. A privacidade passa a ser mera figura de linguagem: artista famoso é patrimônio e objeto da volúpia coletiva. Sua saúde a todos pertence, suas preferências são divulgadas e imitadas – ou condenadas.
Como no Brasil ditaduras acontecem em períodos cíclicos, gente como Chico Buarque foi alvo de perseguição na última delas, o último regime de exceção, quando o cerco ao compositor era tão implacável que ele teve de gravar com o pseudônimo ‘Julinho da Adelaide’. O povo criava e inventava. Com Milton Nascimento, Chico compôs Cálice: “Pai, afasta de mim esse cálice” (‘cale-se’). Empregava sem parcimônia o duplo sentido e os jogos subliminares, a exemplo também do famoso Apesar de Você, samba que dava a impressão de ser dedicado a uma mulher. Vazou, ‘sem querer, querendo’, que era endereçado ao então todo-poderoso Médici. Censuraram no ato.
Amália, Geisel e Lucy
Naquela época, o cineasta e poeta Ruy Guerra escreveu para o Milton uma letra que dizia “brota em guerra e maravilha”, que esmaecia no final - “na hora, dia e futuro da espera virar...” e os mais radicais da plateia completavam com “guerrilha!”, fazendo sua rima. Outro déspota, Geisel, detestava o Chico - foi a deixa para o compositor inventar um roquezinho bem brega, dois acordes e apenas dois versos: “você não gosta de mim / mas sua filha gosta”, já que Amália Geisel havia declarado que era fã das músicas dele. Assim eram os tempos em que se sobrevivia fazendo música. Sobrevivia: conjugação vestida como uma luva.
Chico costumava secar, com os amigos Vinicius e Jobim, pelo menos uma garrafa de uísque com facilidade. O Poetinha, apelido de Vinicius de Moraes, já devia estar meio alto, e em certa roda de amigos em um bar disse, “o uísque é o melhor amigo do homem”. Foi corrigido por um conviva provavelmente sóbrio: é o cão, Vinicius, o cão é que é o melhor amigo do homem! O Poetinha, certeiro, devolveu-lhe com sua aguçada ironia: então o uísque é o cão engarrafado - frase logo celebrizada.
Véspera da estreia da peça Gota D’Água, do Chico Buarque e Paulo Pontes. Ficou difícil para nós, artistas, vermos coerência entre o discurso e a prática do compositor. Os bailarinos ganhavam menos do que um salário mínimo por até, às vezes, doze horas de ensaios diários. Nós, instrumentistas, nos rebelamos contra o descumprimento de acertos verbais e o despotismo dos irmãos produtores. Uma breve paralisação dos músicos, que já haviam decorado e sumido com as partituras, recompôs acordos e acordes e reverteu minha demissão. E eu, na tentativa de dialogar com o Chico, havia exposto o caso e nossas exigências onde o encontrei: um bar logo ali fora do Teatro Teresa Raquel, a tomar seu uísque. Ele disse que aquilo era assunto da produção, ele era apenas o autor – o problema não é meu, ficou claro. Patético. Uma ducha de água fria.
Noel Rosa e Adoniran Barbosa
Bom de samba e de copo, inspirador do Chico, o Noel Rosa de Feitiço da Vila, Conversa de Botequim e Com Que Roupa, foi flagrado em um boteco da velha Lapa carioca tomando cerveja e conhaque. Alguém passou e o repreendeu, dizendo-o irresponsável, pois sabia que Noel convalescera de uma tuberculose. O compositor riu e respondeu que seu médico o proibira terminantemente de beber, mas caso a teimosia fosse tanta, que ao menos bebesse pouco e bem alimentado. Noel disse que saiu para tomar um conhaque, e “já que se sabe que cerveja alimenta...”
O sambista quase não tinha queixo – as más línguas diziam que era para os goles descerem mais rápido –, suposta manobra de um fórceps barbeiro durante o parto, e foi flagrado em um boteco logo após o enterro de sua mãe. À vontade, camisa colorida, dedicava-se ao seu esporte predileto, o halterocopismo, levantamento de copo. Alguém disse que aquilo era um absurdo, ele deveria estar recolhido em luto. O sambista improvisou: “luto preto é vaidade / neste turbilhão de dor / o meu luto é a saudade / e saudade não tem cor”.
Madame Satã
Outro bom de samba, Geraldo Pereira, autor de Falsa Baiana e Acertei no Milhar, foi frequentador assíduo dos muquifos e bordéis da Lapa carioca e cercanias. Adepto da chamada “mardita”, brigava quase sempre depois de mamado - jargão da malandragem – e com quem estivesse na frente, fosse homem, mulher ou travesti. Em consequência de uma dessas querelas, Geraldo foi assassinado, em 1955, por um violento murro no fígado desferido pelo lendário Madame Satã, folclórico pederasta do bas-fond carioca. Com Satã ninguém mexia, ele devia ser o próprio demo encarnado.

Como Noel e Geraldo, Nelson Cavaquinho raramente se afastava de um copo. No final da gravação de Pranto de Poeta, do Cartola, autor dos lindos versos “em Mangueira quando morre / um poeta todos choram”, promoveu-se no final da música um afago entre os dois sambistas: Cartola disse obrigado, Nelson, ao que este respondeu “ovligado, Gardola”. Na segunda tentativa melhorou, mas ficou no disco, voz arrastada. Nascido muito pobre, Nelson construía toscos instrumentos com caixas de charutos, fazendo de arames as cordas. Mais tarde, quando teve seu primeiro violão ‘de loja’, usava afinação  mais baixa, não se conformava com a tensão das cordas e  sonoridade, estridente para ele. Afinal, estava acostumado à caixa de charutos e aquele som fanhoso dos arames frouxos, roucos como a voz dele!
Um instrumento de caixa de charutos, de três cordas, bem mais sofisticado, com os "cortes em 'F'" dos violinos 


sábado, 7 de abril de 2018

MÚSICA POPULAR OU DE CONCERTO?

MÚSICA!

Cena de ensaio de West Side Story
Alguns músicos transitam com versatilidade entre as áreas de concerto e popular. Foi o caso do Geshwin, de Porgy and Bess, do regente e compositor Leonard Bernstein, de West side story, do pianista Glenn Gould e do trompetista Winton Marsalis, dos contrabaixistas tchecos Jiri (George) Mraz, ex-Oscar Peterson Trio, e Miroslav Vitous, do grupo de jazz fusion Weather Report, ambos egressos do Conservatório de Praga.
Jaques Morelenbaum
No Brasil, o clarinetista e saxofonista Paulo Moura, o arranjador Rogério Duprat, parceiro da Tropicália, e, mais para cá, o violoncelista Jaques Morelenbaum, que trabalhou com Milton Nascimento e Tom Jobim. Isso, sem esquecer aquela turma de arranjadores de sólida formação teórica, formada por gente como Gaia, Arruda Paes, Cipó, Guerra Peixe, Simonetti, o amigo Villani-Côrtes, Peracchi, Panicalli e os mais novos, como Roberto Gnatalli, Roberto Farias, André Mehmari, João Victor Bota e outros.
O jovem Antonio Meneses
Jaques Morelenbaum foi para os EUA, e ingressou no New England Conservatory, onde eu estudava. Logo que chegou, pudemos conviver em algumas festinhas saudosistas típicas de casas de brasileiros. Jacques veio de experiências em música popular, desde antes de ingressar no Municipal do Rio; já tentava dividir assim sua participação na Orquestra Jovem, onde foi colega de naipe de um jovem chamado Antonio Meneses, ali descoberto pelo italiano Antonio Janigro, que o levou para a Europa. De lá, Meneses tornou-se um dos melhores cellistas da atualidade e, segundo consta, resolveu ser solista após ver Morelenbaum tocar um Vivaldi com a Sinfônica Municipal.
Poster: Allston
Voltando a Boston, Jaques passou a conviver com aquela ‘máfia brasileira’ de Allston-Brighton, na região da New England, onde passei um dos anos em que vivi em Massachussets. O gueto brazuca tinha o grande sax e amigo Leo Gandelman, Zé Nogueira, o baterista Pascoal Meireles, os guitarristas Ricardo Chaves, Ricardo Silveira e Victor Biglione, além do pianista Rique Pantoja. Clássicos ou populares, não fazia diferença (a maioria deles hoje no Rio, alguns nos EUA e outros na ponte-aérea).

The New England Conservatory 
Jaques, ao chegar, levou o mesmo choque musical que todos os brasileiros, ao ver o nível dos bambas de uma grande escola. Mas isso não lhe foi problema: com seu talento, filho de grande maestro brasileiro, estudou com Madeleine Foley, que foi assistente de Pau (Pablo, em catalão) Casals. Mas o destino de Jaques estava mesmo na música popular. Suas excelentes participações em discos do Milton e do Jobim denotam uma ótima formação e extremo bom gosto, e seus arranjos trazem a chancela dos bons.
Ernesto Nazareth
Um dos primeiros nomes de importância da nossa música mais eclética, cortejado tanto por populares quanto clássicos, foi o carioca Ernesto Nazareth (1863-1933), compositor de peças de uma graça e um gingado muito especiais: Odeon e Apanhei-te, Cavaquinho, por exemplo. Nazareth nasceu pobre, na Favela do Pinto, perto da Lagoa Rodrigo de Freitas, depois reduzida a um conjunto vertical espremido entre a Lagoa e o Leblon, a Cruzada São Sebastião, fundada por D. Helder Câmara (1955) e logo reduto do tráfico e da bandidagem. Voltando a Nazareth, o rapaz teve uma formação básica em composição e teoria, porém só o suficiente para ser ‘emancipado’ musicalmente por seus professores. Acharam que o pupilo, em pouco tempo, já sabia o bastante.
Uma pianista de cinema mudo
Tocou, ganha-pão comum na época, em cinemas-mudos e cafés. Em seu ofício, pôde conhecer e ser admirado por gente como Darius Milhaud, compositor e então adido cultural da França no Brasil, Francisco Mignone e, veja só, até outsiders como Ruy Barbosa. Assim, familiarizado com gente importante e conhecedora de arte, foi para São Paulo, em cujo conservador ‘Theatro Municipal’ logo se apresentou a convite de Mário de Andrade, o controverso Diretor de Cultura da Prefeitura. O Municipal fora o pináculo de uma glória musical que logo cederia lugar à decadência, para só depois reassumir sua plena importância. Andrade dizia que o Municipal era lugar frequentado por aquelas donas ‘que ficavam chacoalhando as joias’ para exibi-las, enquanto os maridos ‘fumavam charutos e falavam frivolidades nos corredores’.
O Hospício D Pedro II
Nervoso, temperamental e boêmio, Nazareth contraiu sífilis, doença que passou a atormentá-lo. Arrumava brigas e confusões, entrando em crises cada vez mais profundas. Não demorou, e trataram de leva-lo para o Rio, onde foi internado no Hospício Pedro II, na Urca, e de lá transferido para o de Jacarepaguá, mas fugiu após um ano. A escapada, porém, durou pouco: foi encontrado boiando em uma represa nas proximidades, dias depois da fuga.
Chiquinha Gonzaga (1847-1935) virou tema ‘global’, mas merece ser lembrada pelo enorme (quase 800!) e belo volume de obras . Marcou história com sua vida insólita, condenável para a época. Tanto que seu pai, José Basileu Gonzaga, chegou a considerá-la “morta” para a família. As três filhas da compositora passaram a ignorar a identidade da mãe. Forçada a se casar com um oficial escolhido pelo pai aos treze anos de idade, a autora de Lua Branca e da marchinha Ô Abre Alas largou três de seus quatro filhos aos dezoito anos para viver com um engenheiro ferroviário. Depois, nova união com um flautista. Foi seu passaporte para a boemia: conheceu os chorões, influência maior de sua música, emprestando-lhe sabor todo especial à mistura de ritmos europeus. Nasceram assim seus tangos, maxixes, lundus, mazurcas e valsas. Malvista pela fina sociedade, chegou a reger a Banda da Polícia Militar, proeza para uma mulher na época!