Jordan Hall: New England Conservatory |
Por tudo
isso refleti sobre a frase do colega uspiano, mas concluindo de maneira diferente
da dele: se o MEC e nossas regras, nas particulares ou públicas, dificultam ou
impedem o livre exercício da música como curso superior de instrumento, para
que serve esse curso? Penso que essa dificuldade que vejo é um pensamento
crítico dividido por muitos colegas, mas a burocracia tem uma inércia própria
que se torna impossível controlá-la, independentemente da vontade comum. A
burocracia é uma esposa fiel, cumpridora de seus deveres, rotineira, feia e
chata. Convive-se com ela, apenas, por força do casamento. Só haverá uma saída
real para a música no ensino superior no Brasil quando houver dinheiro para
sustentá-la e quando sistemas como o do New England Conservatory,
Conservatórios de Paris, Moscou ou de Genebra, puderem ser estabelecidos em
nosso país.
Se não
mudar, a universidade e seus títulos (minhas pós-graduações fiz por necessidade
acadêmica e interesse, claro) só interessam a quem deseja fazer uma coisa: ser
professor universitário de música (leia-se musicologia), e não músico. E nem
mesmo prisão especial para o portador de diploma superior existe mais: hoje em
dia, só para prisão preventiva, depois é cela comum, mesmo, xilindró.
Conservatório de Moscou |
Ainda tenho
um sonho, e talvez ele possa acontecer via Estado de São Paulo, muito mais
aberto e prático, a exemplo de suas Etecs e Fatecs. Porque abrir um curso
técnico de música com a burocracia e vícios que o MEC impõe é coisa de doido,
uma enorme perda de tempo para não terminar funcionando como deveria, tudo fica
engessado – nas raríssimas escolas técnicas de música federais - em um sistema sufocante,
com muita perda de tempo e pouca qualidade. É possível, hoje, em São Paulo,
abrir um curso superior de música nos moldes dos conservatórios europeus e
norte-americanos. Navegar é preciso.
Adorei esse artigo!
ResponderExcluirPor tudo isso, ao mesmo tempo que quero entrar numa faculdade de música, tenho medo de deixar o instrumento de lado. Como é difícil no nosso sistema entenderem que apenas um papel não faz músicos! Apenas quem tem grande carinho pelo instrumento consegue entender toda essa problemática.
É preciso uma revolução, e eu topo, mas quem mais? Talvez eu consiga, antes de me aposentar, mas ainda é sonho...quem sabe em Tatuì?
ResponderExcluirCaro Henrique, quanto tempo... Bem, mas grave considero essa lei "maluca" e "fajuta" da obrigatoriedade do ensino da música no ensino regular nas escolas públicas! Após concluído meu mestrado na UNESP tinha uma certa esperança de que o cenário na escola pública mais especificamente a estadual, finalmente trouxessem novos ares! Porém, nada mudou...Criou-se uma nova proposta curricular, mas a música, como sempre, é mera perfumaria! A dois anos atrás, abriu concurso no recente curso de graduação da UNIMEP (daqui de Piracicaba), tentei fazer a minha inscrição, visando novos ares, já que nestes 20 e tantos anos de minha vida de professora do estado meu encantamento já era! Bem, nem sequer pude me inscrever, mesmo tendo o título de mestre, pois eles exigiam a comprovação de que eu teria experiência como professora universitária, dispensando é claro, quaisquer outras vivências pedagógicas que não fossem essas...Enfiei minha viola no saco, engoli minha indignação e sigo, nem sei como, me nutrindo do "éter" para tentar ao menos, quem sabe, me aposentar em breve com uma certa "dignidade" mas sem nenhuma luz no fim desse túnel a não ser o aeroporto!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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