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sábado, 5 de janeiro de 2013

MESSIAEN, O QUARTETO PARA O FINAL DO TEMPO E 2013 – Parte II


O Quarteto de Messiaen é dividido em oito partes: A primeira, “Liturgia de Cristal”, emprega o quarteto completo, e descreve o despertar dos pássaros, animais prediletos do compositor, que escreveu: “transponha o canto desses pássaros ao plano religioso e acontecerá o silêncio harmonioso do Paraíso”. A segunda parte, “Vocalise para o Anjo que Anuncia o Final do Tempo”, emprega todos os quatro instrumentos, com o piano em “doces cascatas”, segundo o autor, e apresenta o anjo poderoso. “Abismo dos Pássaros” fica a cargo da clarineta solo, plangente. “O abismo é o Tempo com sua tristeza, sua melancolia. Os pássaros são o oposto do Tempo, eles são nosso desejo de luz, estrelas, arco-íris e canções de júbilo”. Uma audição interessante da primeira parte, a “Liturgia de Cristal”, em que Messiaen fala da transposição do canto dos pássaros ao silêncio do Paraíso pode ser ouvida em:

O “Intermède” (Interlúdio, peça entre movimentos) é tocado pelo violino, violoncelo e clarineta, apenas, enquanto “Prece à Eternidade de Jesus”, para cello e piano, é dedicada à vida eterna do Criador. A “Dança do Furor para os Sete Trompetes”, é tocada em uníssono (todas as notas iguais) pelos quatro instrumentos, simbolizando o poder das trombetas, enquanto que a “Floresta de Arco-Íris para o Anjo que Anuncia o Final do Tempo”, Messiaen descreve como “espadas de fogo, lava azul-laranja, e de repente as estrelas”. A obra é concluída com outra “Prece à Imortalidade de Jesus”, para violino e piano. “Jesus, o Homem, o Verbo feito Carne, o Ser tornado Divino rumo ao Paraíso”.
Pois é, caro leitor, 21 de dezembro de 2012 passou, e que a data seja então interpretada como na primeira opção logo no início deste artigo: uma positiva transformação física e espiritual, independentemente de crença – ou não. O mundo deverá continuar a existir por muito, muito tempo. Pois se foram sete dias de eternidade para ser criado, muito mais lenta deverá ser sua agonia, para o sofrimento final dos que aqui viverem. Prova disso têm sido os dois séculos de exploração inconsequente da natureza, da indústria chamada moderna que a cada novo produto vendido terminará por destruir vidas, fauna e flora. Descortinamos agora 2013, o ano em que veremos o início do fim da corrupção generalizada, da necessidade de prementes reformas em todos os níveis, e entre elas a política, mola-mestra para uma reorganização do país, que agora se faz urgente. Contamos com políticos sensatos e um judiciário fortalecido. São pensamentos positivos para que, um dia, o país já não seja o mesmo, não exatamente seja puro e casto, pois isso é missão humanamente impossível, mas ao menos dentro dos limites do que pode se pode desejar para uma nação com um futuro promissor pela frente.



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