O Quarteto de Messiaen é
dividido em oito partes: A primeira, “Liturgia de Cristal”, emprega o quarteto
completo, e descreve o despertar dos pássaros, animais prediletos do
compositor, que escreveu: “transponha o canto desses pássaros ao plano
religioso e acontecerá o silêncio harmonioso do Paraíso”. A segunda parte,
“Vocalise para o Anjo que Anuncia o Final do Tempo”, emprega todos os quatro
instrumentos, com o piano em “doces cascatas”, segundo o autor, e apresenta o
anjo poderoso. “Abismo dos Pássaros” fica a cargo da clarineta solo, plangente.
“O abismo é o Tempo com sua tristeza, sua melancolia. Os pássaros são o oposto
do Tempo, eles são nosso desejo de luz, estrelas, arco-íris e canções de
júbilo”. Uma audição interessante da primeira parte, a “Liturgia de Cristal”,
em que Messiaen fala da transposição do canto dos pássaros ao silêncio do
Paraíso pode ser ouvida em:
O “Intermède” (Interlúdio, peça entre movimentos) é tocado pelo violino,
violoncelo e clarineta, apenas, enquanto “Prece à Eternidade de Jesus”, para
cello e piano, é dedicada à vida eterna do Criador. A “Dança do Furor para os
Sete Trompetes”, é tocada em uníssono (todas as notas iguais) pelos quatro
instrumentos, simbolizando o poder das trombetas, enquanto que a “Floresta de
Arco-Íris para o Anjo que Anuncia o Final do Tempo”, Messiaen descreve como
“espadas de fogo, lava azul-laranja, e de repente as estrelas”. A obra é
concluída com outra “Prece à Imortalidade de Jesus”, para violino e piano.
“Jesus, o Homem, o Verbo feito Carne, o Ser tornado Divino rumo ao Paraíso”.
Pois é, caro leitor, 21 de
dezembro de 2012 passou, e que a data seja então interpretada como na primeira
opção logo no início deste artigo: uma positiva transformação física e
espiritual, independentemente de crença – ou não. O mundo deverá continuar a
existir por muito, muito tempo. Pois se foram sete dias de eternidade para ser
criado, muito mais lenta deverá ser sua agonia, para o sofrimento final dos que
aqui viverem. Prova disso têm sido os dois séculos de exploração inconsequente
da natureza, da indústria chamada moderna que a cada novo produto vendido
terminará por destruir vidas, fauna e flora. Descortinamos agora 2013, o ano em
que veremos o início do fim da corrupção generalizada, da necessidade de
prementes reformas em todos os níveis, e entre elas a política, mola-mestra
para uma reorganização do país, que agora se faz urgente. Contamos com
políticos sensatos e um judiciário fortalecido. São pensamentos positivos para
que, um dia, o país já não seja o mesmo, não exatamente seja puro e casto, pois
isso é missão humanamente impossível, mas ao menos dentro dos limites do que
pode se pode desejar para uma nação com um futuro promissor pela frente.
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