"No Planalto, com a Imprensa" |
Com organização capitaneada por André Singer, ex-Porta-voz de Lula, a caixa que leva o título acima traz dois livros muito importantes sobre a criação e os ocupantes do cargo de Secretário de Imprensa (depois Porta-voz) da Presidência da República. Meu interesse pessoal no assunto reside no fato de que foi meu pai, o escritor Autran Dourado, um jovem de apenas 30 anos a serviço do Gabinete no Palácio do Catete, quem seduziu o Presidente Juscelino Kubitschek a criar o cargo. Logo, foi nomeado talvez graças a duas virtudes, além da perspicácia: a literatura e a taquigrafia. Uma carreira rápida no mundo político, mas com certa relevância no cenário republicano.
Eisenhower confabula com seu Secretário Hagerty |
O livro publicado pela Fundação Joaquim Nabuco apresenta meu pai como o “decano” dos Secretários de Imprensa. Sem conseguir precisar a data, Singer aponta 1958 como ano provável da criação do cargo, logo após uma visita de Eisenhower ao Brasil, trazendo a tiracolo Jim Hagerty, seu Secretário de Imprensa. Vaidoso, JK apaixonou-se pela ideia. Meio avesso a jornalistas, o Presidente recebia apenas um ou outro por semana, aprovados a dedo por meu pai, e feliz por ter um Assessor de Imprensa, como o estadista norte-americano.