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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

MÚSICA: A NECESSIDADE DE ENTENDER PARA TOCAR

A diferença entre quem conhece e quem simplesmente toca
O público leigo, quando vê o artista no palco, talvez não compreenda que o que lhe é mais agradável ao ouvido não é necessariamente o melhor. Não existe o ‘serrador’ (cordas), ‘batedor’ (piano, percussão) e o ‘soprador’ (madeiras e metais), esse mito pode servir para outras áreas, mas cada vez mais também na MPB/Jazz se exige mais conhecimento.

Já foi a época do ‘músico intuitivo’: o mercado, cada vez mais competitivo, impõe não apenas uma técnica mais refinada, mas também um gosto apurado e um conhecimento mais profundo sobre como tocar.

Pode-se pegar qualquer grande interpretação como exemplo, mas uma escolha excelente é a do Pau Casals (o regime franquista obrigou o catalão a usar o nome espanhol: Pablo) para o canto Kol Nidrei, do rito judaico que dá início ao Yon Kipur. Entoado pelo chamado Kantor, é uma lamentação de caráter fúnebre que teria o apelo de pedir perdão pelos votos não cumpridos.

No filme abaixo, o Kol Nidrei é cantado em uma cerimônia na Sinagoga. Os que não conhecem a cerimônia apenas tocam a versão instrumental sem saber do contexto original da oração. No caso de Pau Casals, com certeza ou ele tinha intimidade com a cultura judaica – o sobrenome catalão tem origem na França, e em várias formas tem origem judaica. Não tendo sido judeu, fica claro que o mestre do violoncelo seguiu o caminho correto: estudou sobre a origem da obra e ouviu o canto lamentoso e cheio de ‘portamentos’ (mudanças de posição deixando o ‘deslizar’ os dedos sobre as cordas, como fosse a voz humana). Confira o tema cantado pelo Hazzan Sholom Mendelssohn:




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