Concerto ao ar livre em Tanglewood |
Pois foi à imagem e semelhança de Tanglewood que o insigne maestro Eleazar de Carvalho modelou o Festival de Campos de Jordão, tendo sua OSESP como orquestra residente e um corpo de alunos escolhido entre os melhores do país. Com o passar do tempo, o modelo exemplar de Carvalho começou a ceder espaço para desvios de toda natureza. Por alguns anos, o importante evento passou a ser mais um punhado de solistas estrangeiros para chamar a atenção da elite, a programação deixou de ter consistência didática e Campos passou a ser mais algum tipo de “virada cultural” (para usar um termo “cult’) de 3 ou 4 semanas, sem uma ideia ou fio condutor a que toda a parte pedagógica pudesse se vincular.
OSESP em Campos |
Nos últimos poucos anos, o modelo anterior do velho Festival de Campos, à imagem de Tanglewood, começou a ressurgir das cinzas como um fênix, libertado de seu marasmo musical. A parte didática começou a tomar mais importância, calcando-se em alguns nomes de peso internacional, mas contando em seu corpo docente com a enorme competência das melhores estrelas da música de concerto brasileiras ou aqui residentes. Em 2012, a OSESP volta a reassumir o Festival, iniciando seu retorno à origem, após um passado de experiências de sucesso fácil com MPB e desvirtuamento da ideia motriz do projeto: a música clássica.
Radio City Music Hall, em NY |
(Nada contra o gênero MPB, que adoro, mas em NY, só para citar um grande centro, existem o Radio City, para rock e jazz, e o Metropolitan, para ópera, cada qual em seu templo). Há um modelo a ser perseguido, o de uma orquestra do mais alto quilate conduzindo o aprendizado intensivo dos melhores alunos do país, contribuindo para que, no futuro, possamos criar mais orquestras com o mesmo padrão de qualidade da anfitriã do evento.
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