DILMA, JOHN DONNE E HEMINGWAY
“Nenhum homem é uma ilha” e a economia brasileira
“Nenhum homem é uma ilha, sozinho em si próprio; cada um é parte do continente, parte do todo (...) nunca procure saber por quem os sinos dobram, pois eles dobram por ti” (trad. livre).
Em “Por quem os sinos dobram”, o escritor norte-americano Ernst Hemingway (1899/1961), que viveu em Cuba após o final da primeira grande guerra, cita o poeta inglês John Dohne (1572/1631), do século 18 (retrato em óleo), referindo-se ao isolamento do homem.
Isso tudo para dizer que Dilma, finalmente, descobriu – ou melhor, revelou o que sabia, e que estava sendo politicamente adocicado por seus financistas – que o Brasil está, sim, enfrentando uma crise. A ‘Folha’ de 23 de setembro traz matéria com chamada de capa em que a Presidente afirma que o Brasil está, sim, preparado para a crise. Mesmo com a desvalorização do real frente ao dólar – moeda, por si, já fraca -, a escalada dos juros (a ‘baixa’ de 0,5% na taxa Selic serve para algumas coisas, entre elas o fator psicológico), a fraquíssima exportação, a queda das bolsas, a sobretaxa do IPI para carros importados, a perspectiva de queda no PIB e alta da inflação... e por aí vai. Já os EUA são escancarados quando advertem para uma crise antes mesmo dela tomar corpo: talvez escaldados pelas inúmeras por que passou, especialmente a de 1929, que quase quebrou o país.
A melhor forma de combater uma doença é conhecê-la. O homem tem medo daquilo que ele não conhece. Dilma mostra agora o que sempre se soube: que nenhum país é uma ilha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário