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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O FINO DA FOSSA

O FINO DA FOSSA

 
Betânia e Raul: "Pra dizer adeus", de Edu Lobo

Não é só música sertaneja (dessas novas, jeito de Jovem Guarda com chapéu de caubói americano) que canta dor de cotovelo, solidão, traição. O tema vem de longe, e não fica só na MPB, está em toda parte. Passando pela campeã Maysa, por Dolores Duran e outros, chegamos a uma pérola, na minha opinião, com Edu Lobo, em “Pra dizer adeus”: “Adeus, vou pra não voltar / e onde quer que eu vá / sei que vou sozinho / (...) ah, pena eu não saber / como te contar / que o amor foi tanto / e no entanto eu queria dizer: vem / eu só sei dizer vem / nem que seja só / pra dizer adeus” (pra fazer chorar qualquer mocinha). Há muito anos, havia um programa na televisão, dirigido por Walter Lacet, em que ele treinava as mocinhas da plateia (lembro-me bem do Ivan Lins, na época do GUM, Grupo Universitário de Música) para encostarem seus rostinhos apoiados no queixo, bem perto do piano, se possível chorando. (O virtuose húngaro Franz Liszt, uns 100 anos antes, já havia inventado o truque, e chegava a pagar alguns trocados para moçoilas chorarem copiosamente ao vê-lo tocar). (A ser publicado na íntegra em ‘O Progresso’ de sábado, dia 1 de outubro).

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