BELAS ÓPERAS E UMA INAUGURAÇÃO DE PESO
Pergolesi, Offenbach e Cristina Ortiz
“La serva padrona”, em uma récita, “Orfeu no inferno”, com duas, e o recital de Cristina Ortiz fizeram de setembro um mês especial em Tatuí.
As duas óperas tiveram casas cheias. A maior parte dos presentes nunca tinha assistido a uma ópera, e no domingo, já pela manhã, os ingressos se esgotaram.
O que hoje é arte de luxo, caríssima, no passado foi popular. O charme da ópera consiste nas inúmeras possibilidades de montagem, cenários, figurinos, cada versão absolutamente pessoal. E, ainda mais com o ‘datashow’, que projeta letreiros em português, a ópera é compreensível até para crianças.
Orfeu no Inferno no Teatro São Pedro, em São Paulo (can-can)
O Teatro Municipal de São Paulo teve, em 1941, sob a batuta de Armando Belardi, 16 títulos diferentes de ópera, e 3 ou 4 récitas cada. Hoje, não se pensa em uma ópera por menos de R$ 700 mil (O “Don Giovanni”, de Mozart, em 1995, custou 1,5 mi ao Teatro Municipal de São Paulo. Isso mesmo). E são apenas 4 ou 5 por ano nas grandes capitais. Os preços dos cachês de solistas, cenógrafos e regentes foi para o espaço. Porém, dada a equipe de artes cênicas, funcionários, professores e alunos, o Conservatório de Tatuí apresentou três récitas a custo praticamente zero. Bom para os que assistiram e para os que aprenderam fazendo, no caso dos alunos.
Já a inauguração do piano Steinway “D”, com a estrelíssima Cristina Ortiz, marcou história. Alfredo Egydio Setúbal, neto do ilustre escritor tatuiano e doador do instrumento, enviou mensagem agradecendo o programa de recital a ele enviado por e-mail, lamentando estar no exterior, mas mostrando estar muito feliz com a doação. Bem que podia ser imitado, não?
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