(Publicado em ‘O Progresso’ no dia 11/02/2012)
A estranha palavra “efeméride” vem da astronomia, ou seja, o registro de um fato que acontece em tempos regulares, como a posição de um astro. Dela, teria derivado outro significado, nas artes e na história, assim como outros ramos do conhecimento humano: efemérides são a celebração de nascimento, homenagem póstuma a grandes nomes ou lembranças de fatos que marcaram nossa civilização.
Este ano de 2012 serve para lembrarmos os 30 anos sem Elis Regina, para mim a maior cantora brasileira de todos os tempos. Lutadora, combativa, desafiadora, esse era o seu lado menos conhecido (veja o vídeo abaixo, em que ela enfrenta Wilson Sandoli, interventor do regime militar na Ordem dos Músicos do Brasil por mais de 40 anos, em plena ditadura. Conheça o lado “não-diva” da cantora). Elis “peitou” poderosos e autoridades do meio musical, como uma “Davi” de saias frente a frente com Golias engravatados de óculos escuros. Salve os 150 anos de Debussy, que, apesar de algumas controvérsias, realmente influenciou Villa-Lobos e Jobim; salve Herivelto Martins, 100 anos de nascido e outros vinte de falecimento, autor de gemas preciosas como “Ave-Maria no morro”, “Cabrocha boa”, “Covarde” (com Dunga), “Estrela d’alva” e tantos outros. Salve os 100 anos também de Luiz Gonzaga, “Velho Lua” e “O Rei do baião”, autor de clássicos
como “Assum preto”, “Asa Branca”: mestre da sanfona, do forró e do xaxado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário