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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

OS PRIMEIROS DESFILES (Parte 4)

Na Praça Onze, o jornal O Globo se aproveitaria do crescimento do Carnaval para lançar a primeira competição, em 1932, sendo sagrada vencedora a Mangueira e, em segundo lugar, a (futura) Portela. Após 1965, com a fundação da TV Globo, o ‘casamento’ desta com o Carnaval já plantava a semente daquilo que vemos hoje: um desfile de péssimos sambas de enredo, com direito a atrizes e modelos lindas, “todas nuas ou quase todas nuas” (cit. Caetano), homenagens oportunistas a políticos de todos os matizes e palco para artistas viverem a fama (ou quinze minutos dela): consagrados, decadentes ou oportunistas messiânicos “fora d’água” – esses, em franca ascensão.
E os governos desde sempre, no Rio, se dando as mãos a bicheiros (e outros impublicáveis), para patrocinar 3 dias de luxúria, “pra tudo se acabar na quarta-feira” (Chico), quando as ex-BBBs, atrizes e modelos voltam desde já para a recauchutagem da ‘carroceria’ rumo ano seguinte, para gáudio da indústria do silicone, do botox e do bronzeamento artificial. Já o povão retorna às enxadas, às construções, ao tráfico ou à vida de doméstica. (“A gente trabalha/ o ano inteiro/ por um momento de sonho/ pra fazer a fantasia/ de rei ou de pirata ou jardineira/ pra tudo se acabar na quarta-feira” (Jobim e Vinicius. Abaixo, “A felicidade”, em memorável gravação de Jobim, Milton e Chico).

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