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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

NÃO DEIXE O SAMBA MORRER! (Parte 6)

Já que os bons sambas de enredo acabaram, salve o gênio, mestre Cartola: “em Mangueira/ quando morre/ um poeta/ todos choram/ vivo tranquilo em Mangueira porque/ sei que alguém há de chorar quando eu morrer”. Salve Donga, Marçal, Zé Keti, Nelson Sargento, Ivone Lara, Clementina de Jesus, Paulinho da Viola, Elton Medeiros!
As escolas de São Paulo estufaram, e infelizmente com o mesmo fermento carioca: mulher pelada, samba medíocre, muito luxo e pouca tradição, sobrando para a Gaviões e sua torcida incontrolável o show enlouquecido dos desfiles. E vêm com um samba diferente, que não é tão “no pé” como o carioca, é um samba mais de perna, gingado, em que o surdo de primeira pesa no primeiro tempo, enquanto o de segunda é mais fraco, ao contrário das marchas e dos sambas tradicionais. Mas cada um, cada qual.
Para encerrar, uma curiosidade: na quase totalidade das vezes, as escolas de samba não tocam samba, e sim marcha, marcha-rancho, marchinha. Mas nó pé vai samba mesmo. Vai entender... O importante é fazer um esforço para voltar à tradição, atendendo ao apelo de Edson e Aluísio (1975): “Não deixe o samba morrer/ não deixe o samba acabar/ o morro foi feito de samba/ de samba pra gente sambar” (Veja na voz e na ginga do Jair Rodrigues abaixo). Salve os velhos cordões, os blocos e o carnaval de rua!

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