É também nesse março pós-carnaval que muitas vezes começamos a encarar o que havíamos deixado para depois: mudar de vida, de estilo, não mudar, perder peso, casar, separar (ou não), mudar de emprego (ou não), de endereço, construir a casa própria (“é o projeto da casa / é o carro enguiçado/ é a lama, é a lama”). Pois se a palavra março vem de Marte, deus romano da guerra, também vem da Itália o Dante da “Divina comédia”: “o céu cinzento cobria os animais que se deitam na terra, e eu sou um a me preparar para enfrentar a guerra”. O ano gregoriano, criado pelo Papa Gregório XIII (séc. 16) e meio que “arredondado” entre anos regulares e um bissexto (como este 2012), ainda deixou margem para que o ano brasileiro (fora outras culturas que ainda mantêm oficialmente março como o mês inicial) continue a começar, de fato, mesmo que não oficialmente, “depois do Carnaval”. Parece surreal, mas é fato. O calendário de Rômulo, que fundou Roma junto com seu irmão gêmeo Remo – ambos amamentados por uma loba, diz a lenda (ver ilustração ao lado) -, tinha apenas 10 meses e começava em março.
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