O Messias cristão |
Voltando a Händel. Messias é
tradução do hebraico Mashíach,
“abençoado”, “consagrado”, texto que se refere à chegada de um descendente de
David, que veio para ajudar o povo de Israel a reconstruir sua nação e
restaurar a paz. Entre os Cristãos, o
Messias é o Salvador, e assim tem sido louvado nos escritos e cânticos. Händel
era famoso pela velocidade com que compunha: ele surpreendia até mesmo os
copistas, encarregados de escrever as partes para coro e orquestra. O enorme Messias,
mesmo em sua versão original mais simples, era, como vimos, uma obra muito
extensa, e foi composta em pouco mais de três semanas. Após escrever o célebre Aleluia,
Händel teria dito aos que o cercavam, em pranto desesperado, que não sabia se
estava em si, em seu próprio corpo, quando escreveu aquilo, tão transcendente
que foi seu envolvimento: só Deus deve saber, disse ele.
A última aparição pública de Händel
se deu, exatamente, com uma apresentação do Messias, em 1759. Passou mal no
palco, de onde foi carregado para casa, levando em sua memória aqueles últimos
acordes, e veio a falecer uma semana depois. Já havia composto uma obra enorme
e de suma importância, uma das mais preciosas contribuições à música universal.
Entregou-se a ela e ela ao Senhor. Händel foi sepultado com toda a pompa na
Abadia de Westminster, cercado por um cortejo de milhares de cidadãos.
Para
os que querem ouvir a Parte I do Messias, com sua linda abertura, esta ótima
gravação (apenas áudio) pode ser ouvida abaixo, com a London Symphony Orchestra
e Coro, regência de Sir Colin Davis. Como essa gravação tem quase 2h25, vale ligar
o áudio e refletir. Ou lembrar-se de ouvi-la na noite de Natal, envolvendo-se
na grandeza dessa contribuição espiritual à humanidade. E aproveite para
desejar também a todos um feliz 2013, com muito boa música. Esqueçamos por ora o
Jingle Bells! Viva o Messias!
Aleluia! Aleluia!
[Obs.: esta postagem foi escrita
a pedido da leitora Marília Hessel Gardenal, e agora publicada no momento
devido: o Natal]
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