O próprio Wagner já havia feito
ironias quanto a essa crítica ao seu pensamento filosófico, e tanto foi que
convidou o grande maestro Hermann Levi para estrear sua ópera “Parsifal”, em
1882, escrita sobre uma lenda mística de Mont Salvat, na Espanha da Idade
Média, com direito ao Graal e tudo o mais. Talvez embalado em seu
antissemitismo declarado, o filósofo Nietzsche atacou a obra, para ele muito
“dolorista”, o que poderíamos hoje entender como “novelesca” – cheia de
emoções, um acinte para ele. O título “Parsifal”, segundo o próprio Wagner, foi
tirado do árabe “Parsi”, puro, e “Fal”, louco. Contradição? Nunca: isso era Wagner. O compositor Gabriel
Fauré assim sentenciou: “Parsifal é o final esplêndido e sereno de uma arte
monumental. É impossível analisá-la (a ópera), pois não haveria palavras
suficientes.
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Levine |
É preciso escutar, escutar,
escutar... e deixar-se levar pela emoção indescritível que ela nos traz”. O
Prelúdio (e mais 1h42 do 1º ato!) pode ser ouvido e visto abaixo. Uma das
maiores obras de arte de todos os tempos. Inesquecível. Detalhe: o regente,
James Levine, também é judeu. (Sugiro tela cheia, som amplificado, uma boa
poltrona, sua bebida preferida e um bocado de pipocas).
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