Mendelssohn |
Em 1850, sob pseudônimo, Wagner
publicou o ensaio O Judaísmo na Música, atacando seus contemporâneos
Mendelssohn e Meyerbeer, ambos judeus, acusando-os de serem “alienígenas” da
pura cultura alemã. Wagner desde sempre foi impiedoso com Mendelssohn, mesmo
após este ter-se convertido e acrescentando um nome cristão ao final, passando
a chamar-se Felix Mendelssohn Bartholdy. Apesar disso, em sua autobiografia o
compositor escreve que com o semita francês Samuel Lehrs “dividiu uma das mais
belas amizades da vida”.
Mais contraditório ainda,
Wagner disseminou a ideia de que seu pai, Geyer, tinha ascendência judaica
(pior: Wagner tinha dúvidas sobre essa paternidade). Contudo, ficou provado que
essa ascendência não era verdadeira, e que a ideia teria sido uma maluquice de
Wagner, conforme Nietzsche, no ensaio O Caso de Wagner. Após ler o texto “Um
Ensaio sobre as Desigualdades da Raça Humana”, de Gobineau, Wagner disse que a
humanidade estava sendo destruída pela miscigenação entre raças “superiores” e
“inferiores”. Contraditório, antissemita e até falso judeu, Wagner mudou o rumo
da música clássica ocidental, tornando-se o grande divisor de águas entre os
românticos que o precederam e os modernos que o sucederam. Deixou para a
humanidade um dos maiores e mais completos conjuntos de obras de arte de todos
os tempos, um tesouro universal que perdurará até o final dos tempos.
Montagem de Tristão e Isolda |
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