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domingo, 4 de novembro de 2012

VI – “O judaísmo na música”. O falso judeu e a enormidade de uma obra completa.



Mendelssohn
Em 1850, sob pseudônimo, Wagner publicou o ensaio O Judaísmo na Música, atacando seus contemporâneos Mendelssohn e Meyerbeer, ambos judeus, acusando-os de serem “alienígenas” da pura cultura alemã. Wagner desde sempre foi impiedoso com Mendelssohn, mesmo após este ter-se convertido e acrescentando um nome cristão ao final, passando a chamar-se Felix Mendelssohn Bartholdy. Apesar disso, em sua autobiografia o compositor escreve que com o semita francês Samuel Lehrs “dividiu uma das mais belas amizades da vida”.
Mais contraditório ainda, Wagner disseminou a ideia de que seu pai, Geyer, tinha ascendência judaica (pior: Wagner tinha dúvidas sobre essa paternidade). Contudo, ficou provado que essa ascendência não era verdadeira, e que a ideia teria sido uma maluquice de Wagner, conforme Nietzsche, no ensaio O Caso de Wagner. Após ler o texto “Um Ensaio sobre as Desigualdades da Raça Humana”, de Gobineau, Wagner disse que a humanidade estava sendo destruída pela miscigenação entre raças “superiores” e “inferiores”. Contraditório, antissemita e até falso judeu, Wagner mudou o rumo da música clássica ocidental, tornando-se o grande divisor de águas entre os românticos que o precederam e os modernos que o sucederam. Deixou para a humanidade um dos maiores e mais completos conjuntos de obras de arte de todos os tempos, um tesouro universal que perdurará até o final dos tempos.
Montagem de Tristão e Isolda

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