No recente julgamento de Lindemberg Alves, a advogada do réu, Ana Lúcia Assad, mandou a juíza “voltar a estudar”, por esta ter negado a existência do princípio da ‘verdade real’. Por causa dessa agressão verbal, a magistrada denunciou a defensora de Lindemberg ao Ministério Público por desacato. Eu, mesmo leigo, sei que existem em direito os conceitos de ‘verdade real’ e ‘verdade formal’. Mas pensemos além disso.
Independentemente do caso Lindemberg, a ‘verdade real’ é um conceito que, filosoficamente, deixa de fazer sentido absoluto, assim como outros conceitos semelhantes ou derivados. A própria filosofia da ciência entende que o que se considera verdade o é até que alguém prove o contrário, haja vista Copérnico, Galileu (ilustração ao lado) e as teorias do geocentrismo, exemplos clássicos.
Verdade é que –entrando agora no assunto do título- lesão pode virar tumor benigno, e este pode virar maligno; uma leve infecção pulmonar pode ser uma leve pneumonia, depois moderada, quem sabe, ou (no caso de Lula, esperamos que não!) grave, quando e se assim convier a quem dá a notícia. Lula foi o primeiro em quem pensei: a ‘verdade’ é a que é divulgada para o país, ferramenta partidária do controle hegemônico das forças políticas aliadas e do apoio do povo, que tem no ex-presidente o modelo de ascensão social e de poder que ele, o populacho, gostaria de ser. Na 2ª feira, 5 de março, a Folha publicou (‘Poder’, pág. A7): “Com pneumonia, Lula volta a ser internado”. E a versão oficial de que a febre é ‘baixa’ é simplesmente a ‘verdade’. Ponto. Mas será essa a ‘verdade real’? Será que uma febre baixa medicada é melhor sinal do que uma febre alta? Não sou médico, mas tenho minhas dúvidas por experiência de vida e lógica. Como sempre, o povo quer vê-lo nas ruas e falante.
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