e o italiano, o espanhol, o brasileiro... Parte 1 de 4
(Publicado em O Progresso em 31 de março de 2012)
HOLLYWOOD, O MONOPÓLIO E GODARD
Desde que Hollywood e o ‘Oscar’ monopolizaram de vez a chamada ‘sétima arte’, nos anos 1980, impôs-se um padrão americano para o cinema. A criação cede aos artifícios técnicos, que batem nossas carteiras. Não importa se o ator é bom ou ruim: uma linda atriz, uma cena de sexo, um crime e bons efeitos sonoros podem fazer de um texto medíocre um enorme sucesso.
Quem se lembra do franco-suíço Jean-Luc Godard e obras-primas como “A chinesa”? (1967): 5 estudantes discutem a revolução socialista, confinados quase todo o tempo em apartamento pequeníssimo em Paris (um reality-show?). Em “Duas ou três coisas que eu sei dela” (1967), “ela” é Paris, a “Cidade-luz”. Jean-Paul Belmondo e Ana Karina, dois ‘queridinhos’ de Godard, foram as estrelas de Alphaville (1965), um lugar cujos habitantes são vigiados por um supersupercomputador (Na cena abaixo, o herói Lemmy Caution declara seu amor por Natacha Von Braun, que não sabe o significado da palavra, abolida da nação fictícia).
Já o greco-francês Costa-Gavras foi o crítico das ditaduras, como em “Z” e “O desaparecido” (1982) – este, acerca do ‘sumiço’ de um jornalista americano na ditadura chilena de Pinochet, em 1973. (Veja abaixo trailer oficial do filme Missing – “O desaparecido”).
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