STRAUSS, A AMIZADE ‘MALDITA’ COM ZWEIG E O LIVRO DE DEONÍSO DA SILVA
Richard Strauss fora nomeado por Hitler diretor-geral do Reichsmusikkammer. Mas o compositor não via diferença entre músicos judeus e não judeus, o que obviamente lhe trazia dissabores e pressões. Não aceitava demitir músicos de origem judaica e continuou sua amizade com Stefan Zweig, escritor judeu e um de seus libretistas (escritores ou poetas que redigem os textos de uma ópera).
O recentíssimo “Lotte & Zweig” (Ed. LeYa), de Deonísio da Silva, é um depoimento sobre o escritor: fugido da Áustria com a esposa, devido à perseguição, Zweig refugiou-se em Petrópolis, na região serrana do Rio, onde, afinal, com sua amada Charlotte terminariam por cometer suicídio, um nos braços do outro. Será? Devido à negativa de uma autópsia, entende-se que o casal pode de fato ter sido assassinato, uma vez que em Petrópolis, e principalmente em Itaipava, bem próxima, havia nazistas escondidos.
Voltando a Strauss (óleo à direita), sua ligação com judeus lhe valeu a demissão de seu cargo no Reichmusikkammer, sua expulsão do grupo e a censura à sua música. Herbert Von Karajan, o maior mito da regência, tinha ligações com o partido nazista, assim como parte dos músicos de sua orquestra. Hitler lhes havia garantido que, mesmo sob bombardeio, a música continuaria soando em Berlim.
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