‘A BATUTA MALUCA’ DE MINCZUK

Roberto Minczuk se desliga da

direção artística da OSB

Longa queda de braço entre músicos, regente e Fundação parece estar chegando ao fim. O título acima ("a batuta maluca") é de chamada para matéria da ‘Folha’ de sábado, 16 de julho, e se refere aos novos movimentos no tabuleiro da Orquestra Sinfônica Brasileira.

Em claro movimento de enfraquecer politicamente Minczuk, sem enfurecer as ‘madames’ e a mídia que tanto incensou o outrora jovem regente, a Fundação da Orquestra (FOSB) criou um Conselho Artístico, composto por Fernando Bicudo, ex-diretor do Teatro Municipal, o compositor e musicólogo Pablo Castellar e o flautista Paulo Guimarães, que atuou nas conversas entre músicos e Fundação.

Sentindo seu poder esvaziado, o outrora onipotente (como então se sentia) Minczuk vê o caldo escorrer entre seus dedos e já deu mais um passo atrás: pediu desligamento do Conselho, tanto para não dividir o poder com ‘mortais’ quanto para aguardar - ou não - que se rompa o fio da ‘espada de Dâmocles’ (*) que lhe é suspensa sobre a cabeça.

O novo Conselho deve chamar os 41 músicos demitidos para conversar, uma vez que a maior reivindicação do grupo era a saída de Minczuk. Nessas condições, um regente ‘normal’ sairia de vez. Mas, conhecendo a obstinação e a persistência política do regente... Bom, resta esperar para ver.

(*) Dâmocles, poderoso, cedeu a Dionísio seu trono, por um dia, após pedidos insistentes dele. Ao final de noite de prazeres e companhia de belos raparigos, reparou que havia uma enorme espada pendurada por um tênue fio, bem sobre a suia cabeça. Largou banquetes, mordomias, pois não havia percebido que por trás (ou por cima...) de seu poder havia um enorme risco. Esta é uma alegoria a que se recorre com frequencia.

Perde Minczuk, ganha o Rio de Janeiro.

Minczuk: 'O caso' ou 'ocaso?'