Aprovada em segunda votação
Lei que cria o ‘Dia do Orgulho Hétero’
Como se a cidade não tivesse problemas ‘menores’, como crimes, trânsito, educação, hospitais, etc., vereadores aprovaram, em segunda votação, o ‘Dia do Orgulho Hétero’. Ora, quando se cria o ‘Dia da Consciência Negra’, ou o ‘Dia da Mulher’, é exatamente porque são minorias – por acaso exceto no caso da mulher, não minorias, mas excluídas e agredidas.
O ‘Dia da Mulher’ é uma pequena penitência por tudo o que elas fazem por nós, como as ‘do lar’, as trabalhadoras que recebem salários menores do que nós, homens, em jornadas duplas ou triplas de trabalho, frequentemente apanhando dos maridos e companheiros quando chegam de madrugada (veja nos jornais!). Cabe criar o ‘Dia do Homem’? Que absurdo, ‘dia do homem’ já é todo dia! E o da ‘Consciência Branca’? ‘Dia de branco’ já é todo dia!!!
Ninguém tem a orelha arrancada a dentadas, como o pai que abraçava seu filho na rua, nem é morto por ‘skinheads’ porque é ‘hétero’.
A Câmara de São Paulo, que me deu um nobre título (que muito me honra) em 2001, dá agora uma demonstração de que diversos de seus representantes caíram na ‘vala comum’. Se é gozação, não deveriam promovê-la às expensas de dinheiro público. Se não é... muito pior: é prova de reacionarismo machista. Não são todos, claro, mas é um histórico que não deveria estar inscrito nas páginas da Câmara paulistana.
O Prefeito Kassab vai sancionar a lei, perder o prazo para que a Câmara o faça, esquivando-se, ou vetar na íntegra. Eu vetaria na íntegra, mesmo que o veto seja derrubado por 2/3 dos votos de Legislativo. Pelo menos mostraria não ser conivente. Eu aplaudiria essa ‘peitada’.
Saudades do tempo do Stanislaw Ponte Preta, que escreveu “FEBEAPÁ – o Festival de Besteiras que Assola o País”. Faço a propaganda do livro de graça, pois apesar de antigo, ele mostra que no fundo pouco mudou no país:
(disponível pela Internet na Saraiva, ‘link’ abaixo).
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