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sexta-feira, 13 de abril de 2012

O SOM DO SILÊNCIO - Parte 3

O silêncio de John Cage 

O norte-americano John Cage, que completaria seu centenário de nascimento neste ano de 2012, curiosamente, teve em uma obra inusitada sobre o silêncio a celebridade fora do mundo contemporâneo e acadêmico: 4’33” (leia-se: 4 minutos e 33 segundos). Nesta obra para piano (que tem sido executada por outros instrumentistas também), o intérprete senta-se ao banquinho, em frente ao instrumento, observa um cronômetro ou  um relógio e, durante o tempo que dá título à peça, não toca absolutamente nada. Sobre esta obra, o próprio compositor lança um sofisma (‘sofisma’ é um raciocínio de aparência lógica, mas na verdade um ‘jogo’ que não leva a conclusão alguma): “A música é feita de sons e silêncios. Não tenho nada para falar. Portanto vou dizer”. Absurdo? Não. Lembre-se da letra de “Som do silêncio”, de Simon e Garfunkel: “pessoas conversando sem falar/ pessoas ouvindo sem escutar/ (...) ninguém ousou perturbar o som do silêncio”. 

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