"O Grito", de Münch |
Em casa, tarde da noite, já
embalado por um Mozart para dormir, cubro-me com o silêncio mais profundo, o velho e bom
silêncio. (E não aquele do Chico Buarque do passado: “Esse silêncio todo me
atordoa / e atordoado permaneço atento / (...) na arquibancada pra’a qualquer
momento / ver emergir o monstro da lagoa”. O “monstro da lagoa” era o fantasma
da repressão nos anos de chumbo, e o silêncio de Chico, o pavor, como naquela
bela pintura de Münch, “O Grito” - e que grito absolutamente silencioso! “Cai a
noite, cai o silêncio”, disse o poeta. Não, não, não. Entrecortando músicas, o
silêncio não cai – pelo contrário, levita. Estamos na “Capital da Música”!)
[Veja
e ouça o “Cálice” de Chico e Milton:]
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