Palácio de Florença |
Em 1498, Maquiavel
era o Secretário, o cargo mais poderoso do governo, algo como um Chefe da Casa
Civil do regime republicano instaurado na bela Florença em 1494, que veio a
cair com ele próprio em 1512, soldado fiel que era ao seu senhor. Mas vamos aos
pensamentos do autor, para que não fiquemos roendo a casca, ao invés de
saborear a polpa daqueles escritos geniais, os conselhos para seu amado
príncipe Lorenzo de Médicis.
Lorenzo de Médicis |
Antes disso, porém, cabe esclarecer que o povo entende erroneamente por
“maquiavélica” qualquer coisa demoníaca, do mal - mas esse sentido do termo é
só um costume popular, não tem cabimento na grande lição política do gênio
florentino. Pelo contrário, Maquiavel deixou a grande lição da arte da
estratégia, uma rica análise que sobrevive há mais de quinhentos anos.
Jean-Jacques Rousseau |
Para o pensador
italiano, cultor da ideia de virtù e fortuna, a primeira é o dom de
“realizar grandes obras e feitos (...) o
poder de efetuar mudanças, controlar acontecimentos, pré-requisitos da
liderança”. A fortuna, segundo ele, seria o destino, o fado, a história em seu
curso. Seriam esses os dois polos a nortear todo acontecimento político –
embora Maquiavel proponha que prevaleça sempre que possível a virtù sobre a
fortuna. Não foi à toa que Rousseau (1712-1788), em seu magnífico Du Contrat Social ou, Principes de Droit
Politique (Do Contrato Social ou, Princípios de Direito Político), elegeu O
Príncipe como o livro maior de todos os republicanos.
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