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domingo, 21 de outubro de 2012

II – A REPÚBLICA DE FLORENÇA.

Palácio de Florença

Em 1498, Maquiavel era o Secretário, o cargo mais poderoso do governo, algo como um Chefe da Casa Civil do regime republicano instaurado na bela Florença em 1494, que veio a cair com ele próprio em 1512, soldado fiel que era ao seu senhor. Mas vamos aos pensamentos do autor, para que não fiquemos roendo a casca, ao invés de saborear a polpa daqueles escritos geniais, os conselhos para seu amado príncipe Lorenzo de Médicis. 
Lorenzo de Médicis
Antes disso, porém, cabe esclarecer que o povo entende erroneamente por “maquiavélica” qualquer coisa demoníaca, do mal - mas esse sentido do termo é só um costume popular, não tem cabimento na grande lição política do gênio florentino. Pelo contrário, Maquiavel deixou a grande lição da arte da estratégia, uma rica análise que sobrevive há mais de quinhentos anos.
Jean-Jacques Rousseau
Para o pensador italiano, cultor da ideia de virtù e fortuna, a primeira é o dom de “realizar  grandes obras e feitos (...) o poder de efetuar mudanças, controlar acontecimentos, pré-requisitos da liderança”. A fortuna, segundo ele, seria o destino, o fado, a história em seu curso. Seriam esses os dois polos a nortear todo acontecimento político – embora Maquiavel proponha que prevaleça sempre que possível a virtù sobre a fortuna. Não foi à toa que Rousseau (1712-1788), em seu magnífico Du Contrat Social ou, Principes de Droit Politique (Do Contrato Social ou, Princípios de Direito Político), elegeu O Príncipe como o livro maior de todos os republicanos.  

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