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sábado, 13 de outubro de 2012

IV – 1961. Sartre, Simone e como atropelar um gênio em uma lição. O Príncipe Danilo e o lago dos cisnes.


Pois bem. Estávamos na avenida Copacabana, no Rio, nós éramos quatro crianças no banco (literalmente) de trás da Kombi de meu pai, o carro parado em frente à faixa de travessia de pedestres, sinal fechado. De repente, meu pai avisou que iria assustar um gênio, e que nós gravássemos na memória o tal susto. 
Avenida Copacabana, anos 1960
Avançou para cima do ilustre casal, freando logo depois, e certamente ouviu algumas expressões daquelas bem ao gosto dos franceses. Eu era bem criança, mas me lembro de ter segurado naquela parte metálica da Kombi onde se guarda o estepe, para presenciar a cena.
Palácio do Catete
E mais, bem mais atrás, ainda, eu, com coisa de três, quatro anos de idade, entrava no Henry Jr, carro do Palácio, pegando carona com meu pai para cortar o cabelo em frente ao Palácio do Catete, onde ficava a Presidência da República. O motorista era o “Seo” João Batista, que de evangelista não tinha nada (e dentes só alguns poucos, como os de ouro que sempre me chamaram a atenção). Aliás, Batista era um chofer que apavorava minha mãe, pois tinha por hábito olhar para trás enquanto conversava e dirigia.
O "Lago dos Cisnes" do Palácio do Catete
Depois do corte de cabelo, à “Príncipe Danilo” (horroroso, aliás, mas hoje sucesso entre os jogadores de futebol e pagodeiros), me levavam para o lago do Palácio para jogar miolo de pão aos cisnes - minha grande recompensa pelo sacrifício (coisa que ainda detesto, mas faço por obrigação) de ir ao barbeiro.

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