Pois bem. Estávamos na avenida Copacabana, no Rio, nós
éramos quatro crianças no banco (literalmente) de trás da Kombi de meu pai, o
carro parado em frente à faixa de travessia de pedestres, sinal fechado. De
repente, meu pai avisou que iria assustar um gênio, e que nós gravássemos na
memória o tal susto.
Avenida Copacabana, anos 1960 |
Avançou para cima do ilustre casal, freando logo depois, e certamente ouviu algumas expressões daquelas bem
ao gosto dos franceses. Eu era bem criança, mas me lembro de ter segurado
naquela parte metálica da Kombi onde se guarda o estepe, para presenciar a
cena.
Palácio do Catete |
E mais, bem mais atrás, ainda, eu, com coisa de três, quatro
anos de idade, entrava no Henry Jr, carro do Palácio, pegando carona com meu
pai para cortar o cabelo em frente ao Palácio do Catete, onde ficava a
Presidência da República. O motorista era o “Seo” João Batista, que de
evangelista não tinha nada (e dentes só alguns poucos, como os de ouro que
sempre me chamaram a atenção). Aliás, Batista era um chofer que apavorava minha
mãe, pois tinha por hábito olhar para trás enquanto conversava e dirigia.
O "Lago dos Cisnes" do Palácio do Catete |
Depois do corte de cabelo, à “Príncipe Danilo” (horroroso,
aliás, mas hoje sucesso entre os jogadores de futebol e pagodeiros), me levavam
para o lago do Palácio para jogar miolo de pão aos cisnes - minha grande
recompensa pelo sacrifício (coisa que ainda detesto, mas faço por obrigação) de
ir ao barbeiro.
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