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domingo, 28 de outubro de 2012

III – A TV onipresente e a Carminha que há em cada um.


O fenômeno novela começou, desde sempre, adentrando lares e mentes. É comum todas as classes sociais condicionarem seus hábitos às diversas novelas diárias, muitas vezes deixando o telejornal para o jantar, para não deixarem de viver a intensa realidade virtual das tramas novelescas. Em muitos lares, a TV fica ligada até durante as visitas: ela faz parte do cotidiano, aquele ruído permanente que criou um novo tipo de dependência psicológica, essa presença viva do aparelho no ambiente. Porém, a última de todas as novelas, a badaladíssima Avenida Brasil, de João Emanuel Carneiro, pela minha visão, foi um míssil poderoso e sem precedentes. (Curioso: o nome do autor traz, ao mesmo tempo, o do evangelista, o de Cristo e o do Cordeiro de Deus, “Agnus Dei”).
Não sei muito bem quem foi Carminha, mas pelo pouco que vi era uma bruxa maléfica, uma conquistadora vadia e uma falastrona sem caráter. O tipo da vilã seduziu, pois reunia todos os defeitos que o público queria enxergar na cunhada, na sogra, na chefe, na patroa. Enfim, a presença da maldade atrai o povo, que cede ao desejo de vingança, cada qual a seu jeito, contra as “Carminhas” de todos os tipos e sexos que atazanam suas vidas. Muitas vezes, ao contrário, o canalha virtual abre espaço para a realização de outro desejo, a fantasia oculta de ser como o vilão da TV. [Veja abaixo a famosa surra de Max em Carminha].





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