Estive
no Rio, há um mês, e em determinado momento da noite, como que por mágica, tudo
começou: as telas dos bares, restaurantes e padarias atraíam, como mariposas ao
redor de lâmpadas, os passantes para os estabelecimentos. Casais entrando de
mãos dadas, gente de todos os tipos e classes sociais que não podia perder um
capítulo sequer, pois cada um deles é único e espetacular, sempre terminando
com grandes conflitos a se resolverem – ou não – no episódio seguinte. Percebi,
naquela hora, o que não tinha constatado em meu dia a dia: a extensão do poder
que a trama televisiva exerce sobre o povo brasileiro.
Equipamentos de última geração,
manobrados por excelentes técnicos, transformaram autores e diretores em verdadeiros
Hitchcocks e Welles, além de abrirem atalhos rápidos para os atores mais
jovens. Os grandes artistas se reciclam retornando, volta e meia, ao trabalho
no palco que lhes deu origem. O teatro lhes é alimento e escola, das arenas da Grécia antiga aos dias de hoje, de Sófocles,
Shakespeare, Molière, Feydeau, Arrabal e Pirandello a Nelson Rodrigues, Plínio
Marcos e Zé Celso. Lembrar-se da arte-mãe faz bem, recicla e enriquece.
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