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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

INDISPENSÁVEL: FABRICAÇÃO DE ARCOS

OFICINA DE FABRICAÇÃO DE ARCOS
Uma maratona inédita no Conservatório

Aconteceu de 21 a 25 de novembro a primeira oficina de fabricação de arcos de instrumentos de cordas do Conservatório de Tatuí. Os especialistas Renato Casara e José Carlos Rossoni Ramos, da tradicional cidade de João Neiva, no Espírito Santo, com larga experiência na fabricação dos artefatos, fizeram os 13 alunos do curso de luteria travarem contato intenso com a arte da ‘archeteria’ (fabricação artesanal de arcos), bastante diversa da fabricação de instrumentos. [Foto: Oficina de arcos em Tatuí. Kazuo Watanabe]

Muitos músicos consagrados dizem que preferem um ótimo arco e um violino medíocre do que um ótimo violino e um arco medíocre. Daí a importância do arco. Os mestres de João Neiva e os alunos do Conservatório estão reunidos diuturnamente no Setor da Luteria (para os que quiserem conhecer, as novas instalações ficam na  Av. Firmo Vieira de Camargo, 392, fone 15 3259-3835, com funcionamento de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h.

Por coincidência, minha tese de doutorado, que reverteu no livro do mesmo título, foi sobre ‘O arco dos instrumentos de cordas’ (Ed. Vitale, 2a. ed.), de forma que é especialmente gratificante ver introduzido, mesmo que por ora experimentalmente, o ensino da archetaria no Conservatório, o que pode vir a ser um projeto para o futuro.

O Brasil é especialmente rico no que existe de mais importante para a fabricação de um arco: a madeira da vareta. É universalmente aceito como o melhor material, desde o século 19, o ‘pau-brasil’ e algumas de suas variedades, como o ‘pernambuco’. Há uma dessas árvores (cuidado: elas são proibidas de serem cortadas sem replantio!) em frente ao Teatro Procópio Ferreira, plantada há 30 anos pelo motorista Durvalino Longanezzi.

A madeira contrabandeada para o Japão, Europa e EUA (e frequentemente apreendida pelo Ibama) chega no mercado externo a custar 100 dólares (R$ 180,00) a vareta crua, dependendo da qualidade. Um arco pronto, de boa qualidade, não sai por menos do que 2.000 dólares.

Já os feitos pelos grandes mestres do passado, principalmente os franceses, chegam a ser leiloados por 20, 40 mil dólares ou mais: Tourte, Voirin, Lupot, Vuillaume. Sem falar nos não-franceses de ponta, como Nürnberger, Pfretchner e Hill’s. Uma cópia de Pecatte feita por Vuillaume foi vendida pela casa Bonhan’s, de Londres, por 50 mil libras – ou seja, quase 150 mil reais. O recorde ficou em 150 mil libras: R$ 434.000,00. (Na foto, um 'Tourte')

O Conservatório mantém a arte da luteria tradicional, das ferramentas artesanais do passado, sem máquinas, das formas modelo italiano, pois os grandes instrumentos assim foram feitos. E, se é assim, com os arcos não poderia ser diferente. Ao final desta semana, cada aluno terá construído seu primeiro arco, abrindo-lhe caminho para aperfeiçoar-se e render-se ao enorme mercado de instrumentistas do Brasil (e quem sabe do exterior?).

2 comentários:

  1. Isso é uma pergunta? Se for, digo que tenho uma tese de doutorado sobre O Arco, pesquisas de 20 anos, e preparo agora uma série de 14 programas para a Rádio Cultura FM de SP sobre o mesmo tema. Se eu descobrir, aviso, sem ironias. Mas nos programas (avisarei quando a série for ao ar)vou bem lá atrás, desde os egípcios, chineses, hindus...

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