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domingo, 25 de novembro de 2012

BACH E SUA CATEDRAL DE SONS - II



Aposentos de Bach, hoje assim como há 4 séculos
Necessitando de uma renda a mais, Bach escrevia para qualquer ocasião, de casamentos a funerais. Mas deixou de lado certos princípios da rígida doutrina luterana quando escreveu a um amigo, Erdman, em 1730, queixando-se da saúde pública e do saneamento da cidade, que lamentavelmente, segundo ele, haviam melhorado muito: por essa razão, começaram a ficar mais escassas as encomendas para enterros solenes e obras fúnebres. Com tamanha volúpia artística e facilidade absurda para compor, dizia que qualquer um que trabalhasse o tanto que ele trabalhou obteria o resultado que ele conquistou. Sobre as letras de seu nome - B (si bemol), A (lá), C (dó) e H (si natural), compôs nada menos do que 37 obras).
O Duque de Sachsen-Weimar
Apesar de sua enorme religiosidade –“tudo o que fiz dedico a Deus”, disse ele-, Bach às vezes esquecia os conselhos de paz divinos: era meio brigão. Não aceitava aquela baguncinha de músicos-funcionários-públicos tão típicas de algumas orquestras estatais. Certa vez, durante um ensaio, Bach travou uma discussão com um fagotista, Geyersbach, e o repreendeu perante os colegas. Na praça, partiu para cima do rapaz, brandindo sua espada no ar, enquanto o jovem músico tentava se defender com um pedaço de pau, até que a briga fosse apartada. Fora isso, ia para a cervejaria ou café de sua preferência, após os ensaios, e se esbaldava bebendo e improvisando com os músicos. Em 1717, requereu uma licença para o Duque de Sachsen-Weimar (ilustração), para quem trabalhava há 4 anos. Pedido negado, Bach tentou exigir a regalia à força, razão pela qual foi expulso do palácio e preso por um mês.
Bach com alguns de seus filhos
O compositor morreu cego e apoplético. Para tentar salvá-lo da morte, havia sido chamado às pressas um famoso médico inglês, John Taylor, mas a cirurgia foi malsucedida (dois anos depois, o mesmo cirurgião foi chamado para tentar salvar o compositor Händel, que morava na Inglaterra, mas também falhou). Pouco antes de se encontrar com Aquele a quem dedicara toda a obra, o Salvador, trouxeram-lhe o neto, filho de Johann Christian Bach e Elizabeth, para que o conhecesse. Ao genro, Johann Christoph, também músico, pediu que tomasse um papel de música e uma pena, passando a ditar-lhe cada nota, cada figura rítmica das quatro vozes com que ia construindo na cabeça o coral Com Isto me Apresento diante do Vosso Trono.
Antes de partir, pediu aos presentes que cantassem, com ele, Todos os Homens Deverão Morrer, obra coral composta sobre versos de Lutero. Finalmente, os olhos cegos brilhando, disse que em breve conseguiria ver o Senhor. Bach estava bem preparado para aquele momento, pois tempos antes, em seu livro de notas, havia escrito a seguinte dedicatória à amada esposa: “Estando tu junto de mim, irei com alegria para a morte e o descanso eterno. Como será lindo o meu fim, se tuas belas mãos me cerrarem os olhos!”
A bela Anna Magdalena Bach

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