LIVROS

LIVROS
CLIQUE SOBRE UMA DAS IMAGENS ACIMA PARA ADQUIRIR O DICIONÁRIO DIRETAMENTE DA EDITORA. AVALIAÇÃO GOOGLE BOOKS: *****

sexta-feira, 16 de março de 2012

4 - A BOEMIA ABSTÊMIA

Mas o que fazia o charme da boemia não era a bebida, em si, e muito menos somente ela, porque o bom boêmio pode até prescindir do álcool: bom mesmo era o apelo da noite, suas fantasias, seus personagens, as gargalhadas, as mulheres “da vida”, as brigas de faca, as confusões que às vezes lançavam garrafas e cadeiras ao alto. Moreira da Silva (o “Kid Morengueira”), era assíduo nos bares e botecos, nas gafieiras e prostíbulos cariocas, sempre garboso com seu terno branco, chapéu, e seus inesquecíveis ‘sambas de breque’, gênero de que se gabava de ter sido o criador (pausa o samba, e o cantor vai falando, como no “rap”). Pois bem, Morengueira bebia leite. Só leite. Veja o ‘breque’ (falado) do samba “Olha o Padilha” (vídeo abaixo). Padilha foi um terrível delegado carioca dos anos 1950, famoso caçador de playboys, boêmios e malandros: “raspe o cabelo desta fera!” (disse o delegado). “Não está direito, seu Padilha/ me deixar com o coco raspado/ já apanhei um resfriado/ (...) eu que tinha o apelido de Chico Cabeleira/ não volto mais à gafieira/ ele quer ver minha caveira/ (...) Eu, hein, se não me desguio a tempo ele me raspa até as axilas!”

Nenhum comentário:

Postar um comentário