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sexta-feira, 22 de junho de 2012

II - CANÇÕES DO EXÍLIO: O exílio de Gonçalves Dias, Oswald de Andrade e 'a' sabiá.


Gonçalves Dias
O título deste artigo é, claro, uma citação ao poema “Canção do Exílio”, de Gonçalves Dias, escrito em 1843, em Portugal. Dias havia se mudado para lá a fim de cursar Direito na Universidade de Coimbra, fundada em 1290 – uma das mais antigas do mundo. O poeta, imbuído do mais perfeito espírito de romantismo literário, lembra sua terra natal, sua pátria. Dono de respeitável cultura, Gonçalves Dias bordou o que para muitos são apenas versos singelos; contudo, eles têm inspiração universal mais profunda: a “Canção de Mignon”, do alemão Wolfgang Goethe. Escreveu Dias: “Minha terra tem palmeiras / onde canta o sabiá / as aves que aqui gorjeiam / não gorjeiam como lá”.
Oswald de Andrade
(O modernista Oswald de Andrade aproveitou e fez uma paródia irônica: “Oh, que saudade que eu tenho / da aurora da minha vida / das horas da minha infância / que os anos não trazem mais. / Eu tinha doces visões / da cocaína da infância / (...) debaixo da laranjeira / sem nenhum laranjais”.)
A canção “Sabiá”, de Chico e Jobim, levou o primeiro lugar no III Festival Internacional da Canção (1968), sob uma vaia e gritaria homéricas da estudantada (que via nos versos de Chico pura alienação burguesa). A galera (literalmente, a do Maracanãzinho!) preferia “Pra não dizer que não falei de flores”, um simplíssimo (porém belo) hino à movimentação popular contra a ditadura, tocado naquela noite apenas com voz, violão e dois acordes por Geraldo Vandré. Porém, ‘a’ “Sabiá” bebeu da água das aves de Gonçalves Dias, cantando em nome dos que foram expulsos, exilados ou tornaram-se clandestinos, entre artistas, políticos e intelectuais: “Vou voltar / sei que ainda vou voltar / para o meu lugar / Foi lá e é ainda lá / que eu hei de ouvir cantar ‘uma’ sabiá / (...) vou deitar à sombra de uma palmeira que já não há / colher a flor / que já não dá (...)”. Veja e ouça o momento histórico da consagração de Sabiá, com Jobim e Chico, no III Festival Internacional da Canção, entre vaias e aplausos, com as cantoras Cynara e Cybele e Chico e Tom, austeros e emocionados:


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