LIVROS

LIVROS
CLIQUE SOBRE UMA DAS IMAGENS ACIMA PARA ADQUIRIR O DICIONÁRIO DIRETAMENTE DA EDITORA. AVALIAÇÃO GOOGLE BOOKS: *****

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

‘MÚSICO BOM É MÚSICO MORTO?’

Charles Pereira Gonçalves, talento enorme
perdido pelo vício do ‘crack’

Charles, anjo 45 / defensor dos fracos e dos oprimidos / Robin-Hood dos morros / rei da malandragem”. Esta letra de Jorge Ben (como o cantor era conhecido na época) quase caberia ao jovem flautista descoberto por acaso por Julio Medaglia, tocando ‘de ouvido’ nas ruas, não fosse a vontade do músico  de sair do círculo vicioso do ‘crack’. Charles, depois de ‘achado’ pelo Julio, estudou, tocou na Europa em boas casas de concerto, gravou e vendeu bem, como verdadeiro talento nato.

Voltou ao Brasil para enterrar de vez seu futuro: havia experimentado o ‘crack’, e não conseguiu mais largá-lo. Uma vez preso, alguém fez chegar a mim uma carta em que ele pedia um flauta para estudar, tocar, amenizar a vida dos colegas internos e ensiná-los música. Logo, fiz uma espécie de ‘corrente’ pela Internet, e rapidamente apareceu uma pessoa – cujo nome pediu que fosse mantido em sigilo – que doou um ótimo instrumento para o jovem Charles tocar e estudar na cadeia.

Que decepção veio a seguir! Logo vi caírem em minha caixa de e-mail coisas como “bandido bom é bandido morto”, “por que ajudar um criminoso quando tem gente aqui fora que precisa?” e coisas do gênero, que bem mostram como estamos ‘preparados’ para lidar com a questão da droga. A ignorância humana é vil. (Quando mataram o estudante Edson Luís, no restaurante Calabouço, no Rio, em 1968, 100 mil pessoas bradaram seguidamente nas ruas em passeata contra a repressão policial: “mataram uma criança, podia ser teu filho, matatam uma criança, podia ser teu filho!”. Sim, também qualquer um desses da cracolândia podia ser teu filho, amigo leitor).

A jornalista Natália Cancian, na ‘Folha.com’ do dia 11 de agosto, publicou um artigo em que Charles faz um depoimento pessoal, emocionado, que chama a atenção para a necessidade de se tratar, e de que o tratamento seja longe das ruas – o ‘habitat’ natural da droga. (O que vem somar pontos à tese da ‘internação forçada’).

(A íntegra está em):


Se você quiser conhecer Charles em bons momentos sãos, veja o video:

Charles em "Altas horas", do Youbube


Afinal: Charles merece ajuda e tratamento ou ser ‘morto’? (mesmo porque perto de morrer ele já está). A compaixão é o maior sentimento humano, é demonstração de nossa grandeza interior. É com ela que combateremos pragas antigas e modernas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário