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sexta-feira, 27 de julho de 2012

III - NO PLANALTO, COM A IMPRENSA: a ‘ópera bufa’ do infarto não anunciado.

O  primeiro Secretário de Imprensa, Autran Dourado

JK tinha lá suas mazelas com certos jornalistas, mas a nomeação de meu pai como Secretário de Imprensa da República arrefeceu-lhes os ânimos. Antes de ser Secretário, além de escritor, meu pai trabalhou em “O Estado de Minas”, o que lhe rendeu conhecimentos no mundo da imprensa. JK o incumbiu de filtrar as entrevistas semanais, realizando as eventuais coletivas apenas para anúncios de grandes realizações, além das costumeiras aparições públicas com os famosos acenos de mão, seja no carro, na janela ou na escada uma aeronave. 
Pois foi exatamente um helicóptero um dos personagens mais importantes dos anos JK: o Presidente fora acometido de um infarto, e em nome da segurança nacional foi preciso mantê-lo na cama em segredo. Os dias se passavam, e a imprensa desconfiava de que algo acontecia, até começarem a cobrar uma palavra do Chefe da Nação. A assessoria de confiança, reunida, chegou a uma solução no mínimo exótica.
Primeiro ato:
Assinatura de JK: imitável?
Geraldo Carneiro, escritor e também secretário particular de JK, imitava letra e assinatura do Presidente (claro, com carta branca dele) em documentos e comunicados. E o fazia com perfeição: atos de governo, decretos, nomeações, mensagens ao povo e ao Congresso e tudo mais. (Essas histórias, aliás, já são públicas – estão no livro – e o “crime” das assinaturas prescreveu nos anos 1970). Foi um risco pela estabilidade da democracia! (O tempo haverá de fazer a história do país ser contada não como os livros escolares a pintam, mas como realmente foi). A ópera-bufa do infarto foi ensaiada em sigilo com Dona Sarah, primeira dama, e provavelmente com Lott. Verdadeira estratégia de guerra. 

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